O Demonstrativo do Resultado do Exercício, também conhecido como DRE, é uma das principais Demonstrações Contábeis. Através do DRE, é possível visualizar o resultado da empresa e como foi alcançado. Além do resultado, o DRE fornece dados para analisar outros aspectos da empresa.
Junto do Balanço Patrimonial e do Demonstrativo do Fluxo de Caixa (DFC), o DRE é um dos documentos mais relevantes de uma empresa, sendo solicitado constantemente por instituições financeiras, em licitações, declarações da Receita Federal, entre outros. Saiba mais sobre DRE, acompanhando este artigo.
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O DRE traz todas as contas relacionadas ao resultado da empresa. Portanto, temos desde os valores das receitas, até as quantias pagas a título de taxas, dispêndio com alimentação, desconto salarial, multas de trânsito, dentre várias outras.
É importante mencionar que enquanto o DRE Contábil mostra apenas o que aconteceu de fato em um período, podemos também utilizar o DRE Projetado para trabalhar com a projeção dos números esperados pela empresa.
Então, como fazer uma DRE?
Para confeccionar o DRE o contador terá que levantar todas as contas de resultado do período e organizá-las dentro dos padrões legais.
Através do DRE o gestor tem condições de analisar número a número e identificar alguns pontos mais relevantes, como o lucro líquido ao final do período, margens, resultado antes dos impostos e outros.
Diversos indicadores também podem ser encontrados através de cálculos que utilizam como base os valores contidos no DRE. Junto do Balanço Patrimonial e do DFC (Demonstrativo de Fluxo de Caixa), o DRE é um dos relatórios mais relevantes da contabilidade.
A função do DRE é mostrar os resultados da empresa.
Conta por conta, todas referentes ao resultado são publicadas através do DRE e assim, o responsável tem uma visão geral de como a firma conseguiu alcançar o valor final. Mas além da informação essencial, o DRE é um relatório e dados relevantes para construir análises e indicadores.
Por exemplo: através dos valores do DRE, o gestor conseguirá definir qual é a:
· Margem Líquida da empresa;
· Margem Bruta;
· Margem EBITDA;
· Entre vários outros indicadores.
O gestor pode encontrar a margem líquida fazendo a seguinte divisão:
Lucro líquido/Receita Bruta = Margem líquida.
Supondo que a empresa obteve um lucro líquido de R$ 25.000,00 e a receita bruta foi de R$ 200.000,00, significa que a margem líquida da firma ficou na casa dos 12,5%.
Portanto, para cada R$ 1,00 que a empresa faturou, R$ 0,125 sobrou.
Para alcançar a Margem Bruta, devemos fazer o seguinte cálculo:
Receita Líquida/Receita Bruta = Margem Bruta.
Então, se a companhia conseguiu uma receita líquida de R$ 150.000,00 e a receita bruta era de R$ 200.000,00, a margem bruta ficou em 75%.
Antes de descobrir qual é a margem EBITDA é preciso descobrir o EBITDA da empresa. Para alcançar esse indicador, o gestor terá que fazer o seguinte cálculo:
Ebitda = Resultado Líquido + Juros + Impostos + Depreciação + Amortização
Então, se a firma alcançou um resultado líquido de R$ 25.000,00 e os juros mais impostos, depreciação e amortização foram de R$ 14.000,00, o EBITDA ficou em R$ 39.000,00.
Assim, a margem EBITDA é calculada da seguinte forma:
EBITDA/Receita Líquida = Margem EBITDA
39.000,00/150.000,00 = 26%.
No cálculo acima, a margem EBTIDA é de 26%
Para fornecer uma leitura mais fácil, padronizada e compreensível, o DRE é organizado da seguinte forma:
A primeira conta do DRE é formada pela Receita Bruta.
Dentro dessa conta temos todos os valores referentes ao faturamento da empresa. Tanto vendas quanto os serviços prestados entram nesse grupo.
Os valores referentes à devolução de vendas e impostos, como o PIS, COFINS, ICMS e demais, entram nesse grupo de deduzir parte das receitas da empresa. Como resultado dessa subtração, o gestor vai conhecer a Receita Líquida.
Dentro da Receita Líquida, os valores do faturamento já possuem o desconto dos impostos sobre as vendas. Depois, vamos para as contas de dedução, como os custos de mercadoria vendida.
Dentro dos custos, vários valores podem entrar, principalmente se a contabilidade da empresa organiza seus custos para além dos valores referentes à compra de matéria prima, ou de mercadorias para revenda, por exemplo.
Dentro desse segmento, valores referentes a despesas com uso e consumo, frete e outros valores podem fazer parte. Em suma, esta linha é composta pelo CPV (Custo de Produtos Vendidos), o CSP (Custo dos Serviços Prestados) e CMV (Custos de Mercadorias Vendidas).
Ao subtrair estes valores da Receita Líquida, temos o Lucro Bruto, um indicador de extrema importância.
Após o Lucro Bruto, chegou a hora de subtrair os valores pelas despesas administrativas e comerciais. Dentro das despesas administrativas pode entrar diversos valores, como:
Já com relação às despesas comerciais, as contas são praticamente as mesmas, porém, todas voltadas ao departamento comercial.
Inclusive, se a companhia possui outros departamentos, os valores referentes a eles podem ser inseridos aqui.
Dando sequência ao DRE, temos os valores referentes a outras receitas e despesas operacionais. Bons exemplos de contas são: venda de sucatas, impostos e outras contribuições vinculadas à operação da firma.
Por fim, temos a equivalência patrimonial. Companhias que possuem investimentos em outras empresas podem sofrer influência do resultado de suas controladas.
Por exemplo, vamos supor que a empresa possui investimentos em outras duas firmas.
Uma delas registrou resultado positivo de R$ 100.000,00, sendo que a empresa conta com participação de 50%.
Sendo assim, R$ 50.000,00 serão registrados como resultado positivo de equivalência patrimonial, devido a sua porcentagem de 50% sobre a companhia. Já a outra firma teve um prejuízo de R$ 30.000,00 e a firma conta com participação de 100%.
Assim, os R$ 30.00,00 serão integralizados a título de prejuízo. Como resultado, a equivalência patrimonial da empresa será de R$ 20.000,00 positivo.
Ao fazer as subtrações e adições, o DRE vai mostrar o lucro antes das despesas e receitas financeiras. Em seguida vêm os valores referentes ao resultado financeiro.
Dentro do resultado financeiro, os valores recebidos a título de rendimentos, custos com operações de crédito, encargos e juros sobre recebimentos devem ser lançados. Como são valores que não são vinculados à operação da empresa, esses resultados financeiros são alocados nesta parte do DRE.
Realizando a subtração e soma dos valores de resultado financeiro, a empresa vai chegar ao lucro antes dos tributos. Esses tributos são relacionados ao resultado da firma.
Em empresas apuradas pelo Lucro Real, o resultado é determinante para reconhecer se haverá IR e CSLL a pagar. Então, se até aqui a empresa possui saldo positivo, haverá IR de 15% e CSLL de 9%. Caso o resultado seja superior a R$ 20.000,00, então haverá o adicional de 10% sobre o valor sobressalente.
Aqui teremos o resultado líquido da empresa após os descontos dos impostos de renda e contribuição social.
Ativos que não estão mais operando na empresa podem gerar resultado positivo ou negativo, sendo que tais resultados vêm para as operações descontinuadas.
Por exemplo, uma instalação da empresa que é lançada no ativo imobilizado, mas não gera mais valor para a empresa, não é mais utilizada deve gerar valores de resultado, como a depreciação. Essa depreciação pode ser lançada em operações descontinuadas.
Após subtrair ou somar os valores a resultado, temos o lucro do período proveniente de operações descontinuadas.
Por fim, temos o lucro líquido do período. É aqui onde a pessoa vai entrar no resultado final que a empresa gerou no período.
A organização do DRE está de acordo com o CPC (Comitê de Pronunciamento Contábeis) e o IFRS (International Financial Reporting Standards), onde o IFRS determina normas internacionais de contabilidade.
Como exemplo de DRE, mostramos abaixo a DRE referente aos exercício do Magazine Luíza entre 2020 e 2021.
O DRE é um relatório contábil relevante, portanto, é muito utilizado em análises, principalmente quando o objetivo é reconhecer o resultado de uma empresa. Dentre as formas de análise podemos destacar a análise vertical e horizontal.
Saiba mais sobre Análise Vertical e Horizontal, clique aqui.
Ao utilizar a análise vertical no DRE, a pessoa estudará os números de um período e os comparando. Por exemplo: O lucro líquido da empresa foi de R$ 30.000,00, mas o resultado antes das receitas e despesas financeiras estava em R$ 100.000,00, depois de subtrair as despesas financeiras, o resultado caiu para R$ 50.000,00.
Assim, o gestor vai identificar que as despesas financeiras estão elevadas a ponto de comprometer boa parte do resultado final da empresa. Essa análise pode abrir precedente para análises mais aguçadas em outros números dentro do resultado financeiro. Já com relação à análise horizontal, o gestor pode se utilizar de tal estudo para comparar os números de diferentes períodos.
Vamos voltar ao exemplo anterior; a empresa registrou R$ 50.000,00 em despesas financeiras, mas no DRE de três anos atrás, o valor era de R$ 10.000,00, isso significa que a companhia aumentou suas despesas financeiras e está com uma tendência de aumentar ainda mais. Portanto, o gestor precisa avaliar os números antes, identificando o porquê do aumento.
Aprenda a fazer Análise Vertical e Horizontal nas suas DREs.
As análises que podem ser utilizadas no DRE vão mais além da vertical e horizontal, por exemplo, o gestor pode aplicar os seguintes estudos:
Conheça mais sobre análises que podem ser utilizadas no DRE clicando aqui.
Diferente do DRE Contábil, o DRE Gerencial conta com uma estrutura que dá condições de melhorar a análise sobre o resultado da firma.
Por exemplo: no DRE gerencial, o gestor pode separar os valores por centro de custos facilitando a leitura sobre os resultados que cada departamento alcançou no período.
Vale destacar que o DRE gerencial como o contábil deve contar com todos os dados da empresa, ou seja, a contabilidade deve representar a realidade da firma. O DRE gerencial é feito para ajudar na leitura dos números, facilitando a gestão.
Com o desenvolvimento da automação na contabilidade, o DRE contábil possui contas relevantes para a criação de outros relatórios e indicadores. Vale destacar que a automação contábil também ajuda na integração das contas e na construção dos relatórios contábeis, como o próprio DRE.
A transformação do fechamento contábil através da automação não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para manter a competitividade e conformidade no mercado atual.
A automação é essencial para empresas que buscam eficiência e precisão no fechamento contábil.
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