A combinação de negócios é uma estratégia essencial para empresas que buscam crescer e se consolidar em seus mercados.
Este tipo de operação é caracterizado pela aquisição de controle de uma ou mais empresas por outra, seguindo normas contábeis como a IFRS 3 (International Financial Reporting Standards 3).
Além disso, as implicações contábeis do ágio, incluindo mais-valia e goodwill, desempenham um papel fundamental nesses processos.
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O que é uma combinação de negócios?
De acordo com a IFRS 3, uma combinação de negócios é uma transação ou outro evento em que uma empresa adquirente obtém controle sobre uma ou mais empresas ou negócios adquiridos.
A norma estabelece que o elemento fundamental para caracterizar a transação é que a entidade adquirida seja definida como um negócio.
A IFRS 3 define um negócio como um conjunto integrado de atividades e ativos capaz de gerar retornos, sendo composto, no mínimo, por três elementos: insumos, processos e, potencialmente, a capacidade de gerar saídas.
O objetivo principal é fornecer bens ou serviços, gerar renda de investimentos ou outras receitas operacionais.
Fatores-chave para identificar uma combinação de negócios:
Uma combinação de negócios ocorre, geralmente, por meio de aquisições, como a compra de participações acionárias ou ativos.
A contraprestação oferecida pelo adquirente pode incluir dinheiro, ações, passivos assumidos ou outras formas de valor.
A IFRS 3 também orienta sobre a mensuração inicial do goodwill ou do ganho por compra vantajosa, que são elementos cruciais para refletir o valor da transação no balanço patrimonial.
Subsidiária:
Ocorre quando a empresa adquirente controla pelo menos 50% do poder de voto. A controladora assume todas as decisões estratégicas da subsidiária.
Associada:
Quando a empresa adquirente possui influência significativa, mas não o controle total (20% a 50% de participação acionária). A contabilidade é feita pelo método de equivalência patrimonial.
Fair Value (Valor Justo):
Utilizado para investimentos com menos de 20% de participação, representando o preço de mercado acordado entre comprador e vendedor.
Após a aquisição, a empresa adquirente deve consolidar as demonstrações financeiras de suas subsidiárias, integrando ativos, passivos e resultados. Esse processo proporciona uma visão unificada dos resultados operacionais e financeiros.
Método de Equivalência Patrimonial:
Para investimentos em associadas, os lucros ou prejuízos são reconhecidos na proporção da participação da empresa adquirente.
O ágio é a diferença entre o valor pago pela aquisição e o valor justo dos ativos líquidos da adquirida. Ele pode ser classificado como:
Esse ajuste reflete o reconhecimento de valores não registrados ou subestimados no balanço contábil, como reavaliações de ativos ou passivos.
O goodwill reflete a expectativa de benefícios econômicos futuros que não podem ser associados diretamente a ativos identificáveis, como: Reputação da empresa adquirida, base de clientes consolidada e fidelizada e expertise gerencial organizacional.
O tratamento contábil do ágio em combinações de negócios é regido por diversos pronunciamentos contábeis:
Estabelece critérios para alocação do ágio:
Determina a necessidade de testes anuais para avaliar o valor recuperável de ativos e goodwill. Caso o valor de recuperação seja inferior ao registrado, a diferença deve ser reconhecida como perda.
Regula o reconhecimento de ativos intangíveis, como marcas e patentes, importantes para determinar a mais-valia em uma combinação de negócios.
Embora as combinações de negócios e as aquisições de ativos possam parecer semelhantes, elas possuem diferenças fundamentais em seus objetivos, tratamento contábil e implicações financeiras.
As diferenças incluem:
1. Combinação de negócios;
Envolvem a aquisição de controle de uma ou mais entidades ou negócios, conforme definido pela IFRS 3.
Nesse caso, o adquirente assume o controle de um conjunto integrado de atividades e ativos que pode gerar retornos econômicos futuros.
2. Aquisição de ativos;
Envolvem a compra de ativos individuais (e, potencialmente, passivos associados), sem que o conjunto adquirido atenda à definição de "negócio" segundo a IFRS 3.
Principais diferenças:
Essas distinções são essenciais para determinar o tratamento contábil adequado e garantir a conformidade com as normas aplicáveis.
A combinação de negócios é uma ferramenta estratégica poderosa para a expansão e fortalecimento empresarial, permitindo acesso a novos mercados, sinergias operacionais e aumento da competitividade.
O ágio, representado por mais-valia e goodwill, reflete os benefícios econômicos esperados da operação, mas requer gestão contábil rigorosa conforme os pronunciamentos CPC 15, CPC 01 e CPC 04.
Empresas que planejam realizar combinações de negócios devem investir em avaliações detalhadas e no acompanhamento de especialistas para garantir a conformidade contábil e maximizar os benefícios econômicos da operação.
Além disso, é fundamental que as organizações; realizem um planejamento estratégico abrangente, alinhando a aquisição aos objetivos de longo prazo da empresa;
Implementem processos robustos de integração pós-aquisição, garantindo a captura de sinergias e a valorização do goodwill;
Mantenham um monitoramento contínuo de desempenho e avaliações periódicas para identificar possíveis ajustes no valor recuperável (impairment) do goodwill, minimizando riscos financeiros e regulatórios.
Esses cuidados não apenas fortalecem a posição financeira e estratégica da empresa, mas também promovem uma gestão responsável e alinhada às melhores práticas de mercado, garantindo o sucesso sustentável da operação.
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