A depreciação é um conceito contábil que permite empresas reconhecer a diminuição do valor de seus ativos ao longo do tempo.
Esse fenômeno ocorre devido ao uso, desgaste ou obsolescência dos bens tangíveis. Compreender a depreciação é crucial para a gestão financeira eficaz, pois não apenas afeta as demonstrações financeiras, mas também tem implicações fiscais significativas.
Neste artigo, vamos explorar o que é a depreciação, os diferentes métodos de cálculo, seu impacto nas demonstrações financeiras e as diferenças entre depreciação e amortização, proporcionando uma visão abrangente deste tema.
Continue a leitura e aprenda:
A depreciação é um conceito contábil que representa uma estimativa da perda de valor de um ativo ao longo do tempo, resultante do uso, desgaste ou obsolescência.
Esse processo busca alocar o custo de um ativo tangível durante sua vida útil, permitindo que as empresas apresentem uma visão mais precisa da saúde financeira e do desempenho operacional.
Cada ativo tangível tem o seu percentual de depreciação, desta forma, a porcentagem não é igual para todos.
De acordo com a contabilidade brasileira e as normas internacionais, a depreciação deve ser registrada nas demonstrações contábeis periodicamente, reduzindo o valor contábil do ativo.
A depreciação, Afeta o balanço patrimonial, através da depreciação acumulada, reduzindo do ativo imobilizado e também a demonstração de resultado, por meio da despesa de depreciação.
Isso tem o objetivo de refletir, de maneira mais precisa, o valor real do ativo no balanço patrimonial.
Confira a explicação detalhada do nosso CEO, Alysson Guimarães.
É importante distinguir quais são os bens depreciáveis e não depreciáveis e, posteriormente, entender qual é o método correto para calcular o percentual de depreciação. Confira!
Como mencionamos ao decorrer da explicação do que é depreciação, os bens depreciáveis são ativos tangíveis que têm uma vida útil limitada e sofrem desgaste, deterioração ou obsolescência ao longo do tempo.
A depreciação é aplicada a esses ativos para refletir a diminuição de seu valor contábil. Os principais tipos de bens depreciáveis incluem:
Os bens não depreciáveis são ativos que não perdem valor ao longo do tempo ou cuja vida útil não é limitada. Esses ativos não são sujeitos a depreciação, e seu valor contábil permanece inalterado. Os principais tipos de bens não depreciáveis incluem:
Entender o cálculo da depreciação é fundamental para aplicar corretamente esse conceito, na prática. Vamos explorar as etapas envolvidas no processo.
O primeiro passo é identificar o valor total gasto para adquirir o ativo.
Esse valor inclui o preço de compra e outros custos associados, como transporte, instalação e tributos.
Tudo que de fato foi investido para obter o ativo.
O segundo passo é estimar o período durante o qual o ativo será útil.
A vida útil é definida com base em normas fiscais, práticas contábeis ou diretrizes internas da empresa.
Dependendo o tipo do produto, o fabricante determinará uma média de vida útil.
Seguindo adiante, chegou o momento de calcular o valor que se espera que o ativo tenha ao final de sua vida útil, se for vendido ou descartado.
O valor residual é subtraído do valor inicial para determinar o montante que será depreciado ao longo do tempo.
Escolher o método de depreciação que melhor se adapta à natureza do ativo e à política contábil da empresa. Iremos falar a seguir!
O quinto passo é calcular e registrar o valor depreciado como uma despesa no Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE), reduzindo o lucro contábil da empresa.
O valor contábil do ativo no balanço patrimonial é reduzido pelo mesmo montante, por meio de uma conta chamada “Depreciação Acumulada”.
No Brasil, a depreciação também tem implicações fiscais, pois as despesas com depreciação podem ser deduzidas na apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).
A legislação define prazos mínimos de vida útil e limites de depreciação que devem ser seguidos.
É crucial entender essa legislação, para que a empresa não pague mais do que deveria. Mas também é importante que o contador faça da forma correta, para que a empresa não sofra multas por declarações incorretas.
Agora que você entendeu o que é, a importância da depreciação e quais os principais passos para realizar o cálculo da depreciação, é fundamental entender os diferentes métodos de calculá-la, para melhor se enquadrar em sua empresa. Confira!
Como vimos, compreender a depreciação é fundamental para as empresas, e a escolha do método de cálculo pode impactar diretamente seus relatórios financeiros.
Vamos explorar os métodos mais comuns de depreciação, suas fórmulas e características.
O método linear é o mais simples e amplamente utilizado. Ele aloca uma quantia igual de despesa de depreciação a cada ano ao longo da vida útil do ativo.
A fórmula é:
Exemplo: Se um ativo custa R$ 100.000, tem um valor residual de R$ 10.000 e uma vida útil de 10 anos, a depreciação anual seria:
Depreciação Anual = 100.000 - 10.000/ 10 = R$ 9.000
Ou seja, este ativo terá uma depreciação anual fixa de 9 mil reais durante os próximos 10 anos.
Mas ao decorrer do tempo, as empresas compreenderam que nem sempre a depreciação anual se manterá a mesma ao longo dos anos. Por exemplo, uma máquina ao decorrer do tempo ficará ainda mais obsoleto e com maiores desgastes.
Por isso, o método de unidades de produção baseia a depreciação no uso real em vez do tempo.
Isso o torna particularmente útil para equipamentos cuja depreciação varia significativamente com o uso.
Essa abordagem se conecta bem ao método de saldo decrescente, pois ambos consideram a intensidade de uso do ativo.
A fórmula é:
Exemplo: Se uma máquina custa R$ 100.000, tem um valor residual de R$ 10.000 e está estimada para produzir 200.000 unidades durante sua vida útil, a depreciação por unidade seria:
Depreciação por Unidade = 100.000 - 10.000 / 200.000 = R$ 0,45
Se a máquina produzir 20.000 unidades em um ano, a depreciação desse ano seria:
Depreciação Anual = 20.000 x 0,45 = R$ 9.000.
Esse método é mais utilizado por grandes industrias, que possuem um controle de operação muito eficiente.
Por fim, o método da soma dos dígitos dos anos é uma opção acelerada que resulta em despesas maiores nos anos iniciais.
Essa abordagem também é alinhada ao conceito de que ativos tendem a perder valor rapidamente nos primeiros anos.
Exemplo: Para um ativo com custo de R$ 100.000, valor residual de R$ 10.000 e vida útil de 5 anos, a soma dos dígitos seria:
5+ 4 + 3 + 2 + 1 = 15
Estes dígitos são a somatória da vida útil destes ativos.
No primeiro ano, a depreciação será:
Depreciação do 1º Ano = 5/15 x (100.000 - 10.000) = R$ 30.000
Depreciação do 2º Ano = 4/15 x (100.000 - 10.000) = R$24.000
*Atenção os números dos dígitos são inversamente proporcionais a ordem da vida útil.
A escolha do método de depreciação não apenas influencia os relatórios financeiros da empresa, mas também impacta sua percepção no mercado.
Vamos entender como a depreciação afeta as demonstrações financeiras, tanto a demonstração de resultados quanto o balanço patrimonial.
No início do texto, foi citado que a depreciação afeta o balanço patrimonial, através da depreciação acumulada, reduzindo do ativo imobilizado e também a demonstração de resultado, por meio da despesa de depreciação.
Neste cenário, compreender o impacto da depreciação nas demonstrações financeiras é essencial para a tomada de decisões informadas e para a avaliação da saúde financeira da empresa.
Mas, como isso acontece e qual o real significado deste impacto. Preparamos um resumo das principais demonstrações financeiras e um exemplo prático. Confira!
A depreciação é registrada como uma despesa na DRE, reduzindo a receita líquida.
Essa redução é importante para refletir com precisão os custos de operação da empresa.
Por exemplo, se uma empresa tem uma depreciação anual de R$ 10.000 e uma receita de R$ 100.000, o lucro antes da depreciação seria R$ 90.000. Com a depreciação, o lucro líquido fica em R$ 80.000.
Então atenção! A depreciação não afeta o caixa e sim o BP e o lucro.
A depreciação reduz o valor contábil dos ativos ao longo do tempo.
O balanço patrimonial mostra o valor contábil líquido dos ativos, calculado como o custo original menos a depreciação acumulada.
Por exemplo, se uma máquina custou R$ 100.000 e já teve R$ 30.000 em depreciação acumulada, o valor contábil da máquina no balanço patrimonial será de R$ 70.000.
Embora a depreciação reduza o lucro líquido, ela não envolve uma saída de caixa real.
Portanto, ela é adicionada de volta ao fluxo de caixa das operações na demonstração do fluxo de caixa.
Esse ajuste reflete que, embora o lucro líquido tenha diminuído devido à depreciação, a posição de caixa real da empresa permanece inalterada.
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Antes de entregarmos uma solução para melhorar a precisão do cálculo de depreciação. Queremos que você entenda os principais pontos que diferenciam a depreciação e a amortização.
Ambas têm o objetivo de alocar o custo de um ativo ao longo do tempo, no entanto, existem diferenças importantes que devem ser consideradas. Confira!
Estas são algumas das principais diferenças entre amortização e depreciação. Então cuidado ao realizar este processo!
A depreciação é um elemento essencial na contabilidade que permite que as empresas reconheçam a diminuição do valor de seus ativos ao longo do tempo.
Entender a depreciação da empresa, permitirá que ela continue competitiva no mercado em que atua.
Com dados precisos e análises robustas, as empresas podem planejar melhor suas despesas de capital e maximizar o retorno sobre os investimentos.
Portanto, ao adotar analises de demonstrações financeiras bem estruturadas, as organizações não apenas aprimoram sua análise de depreciação, mas também fortalecem sua posição competitiva no mercado, garantindo um futuro financeiro mais sustentável e próspero.
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A depreciação é a perda de valor de um ativo ao longo do tempo, resultante do uso, desgaste ou obsolescência.
Os principais métodos incluem linha reta, saldo decrescente, unidades de produção e soma dos dígitos.
Ela reduz o lucro líquido na demonstração de resultados e diminui o valor contábil dos ativos no balanço patrimonial.
Sim, as empresas podem reivindicar a depreciação como uma dedução fiscal, reduzindo a renda tributável.
Não, apenas ativos tangíveis com vida útil limitada são depreciáveis; terrenos e ativos intangíveis não são.