O Balanço Patrimonial é um importante relatório contábil, e junto da DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício) e da DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa), é uma das mais importantes demonstrações contábeis.
Através da estrutura do Balanço Patrimonial, o gestor terá oportunidade de conhecer os valores dos ativos e passivos de uma empresa. Desta forma, o Balanço Patrimonial reflete a situação financeira da empresa.
Além dos números em si, o Balanço Patrimonial é um relatório que fornece muitas informações relevantes para conduzir análises e encontrar indicadores.
Para aqueles que buscam conhecer o nível de liquidez da empresa, prazo médio de recebimentos de duplicatas, valor total de fornecedores a pagar, impostos e demais obrigações, o Balanço Patrimonial trará todas as informações.
O balanço também costuma ser solicitado por fornecedores e clientes, além de ser obrigatório no envio de declarações.
Para conhecer mais sobre o balanço patrimonial, acompanhe o nosso artigo. Nele você irá aprender:
De acordo com o CFI (Corporate Finance Institute), o balanço patrimonial é uma das três Demonstrações Contábeis Fundamentais (junto da DRE e da DFC), e é essencial para modelagem financeira e para a contabilidade de um negócio.
Dentro da estrutura do Balanço Patrimonial o gestor encontrará todos os ativos e passivos de uma companhia. Ou seja, neste relatório contábil estarão disponíveis todos os direitos e obrigações que a empresa tem.
A estrutura do balanço patrimonial, é composta por Ativo circulante e Não circulante. Mas antes de elaborar, o gestor terá as informações necessárias dos ativos da empresa, para que possa preencher da maneira correta.
Conforme a liquidez do bem seja maior, mais próximo do início do relatório ele ficará. Por exemplo: o caixa de uma empresa está entre as primeiras contas do Balanço, já um veículo, estará entre as últimas, dentro do grupo do Ativo Não Circulante.
Vale destacar que os ativos que possuem liquidez abaixo de 12 meses, ficam no grupo do Ativo Circulante, já aqueles bens e direitos com liquidez superior a 12 meses, são lançados Não Circulantes.
Logo após as contas do Ativo vem o Passivo. O grupo do Passivo também é dividido em Passivo Circulante e o Não Circulante. De forma similar ao ativo, as contas e grupos são nivelados em grau de prioridade com relação ao vencimento das obrigações. Ou seja, se uma conta possui uma obrigação mais curta de vencimento, ela estará mais próxima do início do grupo Passivo.
Por exemplo: os salários a pagar, estarão entre as primeiras contas dentro do Passivo Circulante, já os fornecedores com vencimento acima de 12 meses, estarão no Passivo Não Circulante.
Outro detalhe importante sobre o Balanço Patrimonial está relacionado aos saldos das contas. Diferente do DRE, onde o saldo final de um período, não é o inicial do seguinte, no Balanço, os saldos finais são os iniciais do período seguinte.
Junto do DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), o Balanço Patrimonial é utilizado em análises, cadastros e na entrega de declarações junto à Receita Federal. Comparado a outros relatórios, o Balanço é o mais relevante, se não um dos.
Por contar com todas as contas de Ativo e Passivo, o Balanço Patrimonial é importante na hora de efetuar análises sobre:
Além das análises, o Balanço é amplamente solicitado em licitações. Uma empresa que pretende conquistar um serviço junto à prefeitura, governo estadual ou federal, precisa enviar uma série de documentos contábeis para entrar no processo de licitação.
Segundo o código civil, (Lei Federal nº 10406/2002) o Balanço Patrimonial deve ser divulgado até o último dia do quarto mês seguinte ao final do exercício social. Portanto, até o último dia do mês de abril de cada ano, a empresa deve contar com o seu Balanço Patrimonial.
Para empresas que possuem obrigatoriedade de enviar o SPED ECD e ECF, o Balanço Patrimonial deve ser enviado, obrigatoriamente. Além das declarações, há outras situações onde é obrigatório o envio do Balanço, como em licitações, cadastros, análises bancárias e outros eventos.
A estrutura de balanço patrimonial está baseada em dois grandes grupos, o Ativo e Passivo. Dentro de cada um desses grupos, existem outros grupos menores, como é o caso do Ativo Circulante e do Não Circulante.
Como já mencionado, a diferença entre o circulante e não circulante está vinculado à liquidez do ativo, portanto, os valores lançados no circulante possuem liquidez dentro de 12 meses, já os do não circulante contam com liquidez acima dos 12 meses. Contas como: imobilizado, investimentos e intangíveis, ficam dentro do não circulante.
Ao comprar uma máquina, por exemplo, o bem fica lançado no imobilizado, já o investimento em ativos financeiros de longo prazo, são lançados na conta de investimentos. O intangível recebe o lançamento de bens que não são físicos, ou seja: softwares, marcas e patentes, dentre outros.
Do lado do Passivo, também há o circulante e o não circulante. Mas além desses grupos, há também o Patrimônio Líquido. No PL ficam as contas relacionadas ao patrimônio da empresa, como o Capital Social, Reservas de Lucros, Prejuízos Acumulados, dentre outras.
Segue o modelo de balanço patrimonial:
O Balanço é desenvolvido a partir dos saldos das contas contábeis. Ou seja, dentro do sistema contábil, o profissional faz diversos lançamentos que podem envolver as mais diferentes contas, como o caixa, contas bancárias, pagamentos de fornecedores, recebimento de clientes, dentre várias outras.
Com esses lançamentos, cada uma das contas vai acumulando saldos que aparecerá no Balanço Patrimonial. Quando não havia computadores e todo o trabalho era manual, os contadores tinham que realizar os lançamentos e depois por meio do razão, verificar os saldos finais de cada conta e lançar os mesmos em um Balanço Patrimonial.
Com a evolução da tecnologia e o desenvolvimento de sistemas de automação contábil e ferramentas de FP&A, este trabalho se tornou muito mais rápido, confiável e simples, além de ser extremamente seguro e minimizar falhas humanas.
Como já mencionado, o Balanço Patrimonial e o DRE são relatórios contábeis muito importantes e que se complementam.
Enquanto o Balanço Patrimonial traz informações sobre o ativo e passivo da empresa, o DRE mostra como o resultado da companhia se deu em determinado período.
É importante salientar que os efeitos do DRE podem ser observados dentro do Balanço Patrimonial. Um dos grupos que mais é influenciado pelo DRE é o Patrimônio Líquido. Dentro do PL há contas como a reserva de lucros e prejuízos acumulados.
Quando uma firma registra lucro em sua operação, os ganhos vão para o PL dentro da reserva de lucros, ou são utilizados para abater o saldo que existe em prejuízos acumulados. Já uma empresa que possui prejuízos, terá os valores adicionados a conta de prejuízos acumulados, ou abatido da reserva de lucros.
Há também a relação não direta, mas indireta que algumas contas do DRE podem ter sobre o Balanço e vice-versa.
Por exemplo: uma companhia que paga muitos encargos e juros a título de empréstimos e financiamentos, provavelmente terá um valor elevado em empréstimos dentro do passivo, no Balanço.
Por outro lado, uma companhia que não possui juros a pagar, mas recebe juros de investimentos, provavelmente terá valor na conta de investimentos, ou dentro das disponibilidades, como investimentos de liquidez diária.
É relevante lembrar que também é possível confundir o Balanço Patrimonial com a DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido), devido à sua sinergia. Enquanto o BP mostra a situação do Patrimônio Líquido em um período, a DMPL demonstra o feito de que certas decisões tiveram no patrimônio durante o mesmo período. São análises complementares, mas diferentes.
O balanço Patrimonial, como vimos ao decorrer do artigo, é como uma foto da saúde financeira da empresa, mostrando seus bens (ativos), suas dívidas (passivos) e o que sobra para os donos (patrimônio líquido).
Com a análise horizontal, de forma geral, você compara os valores ao longo do tempo para ver a evolução da empresa. Já com a análise vertical, veja a porcentagem que cada item representa no total. Assim, você descobre se a empresa tem muitos bens em dinheiro ou se está muito endividada.
Continue a leitura para saber mais detalhes sobre análise vertical e horizontal.
A análise sobre o Balanço Patrimonial pode ser feita de várias formas. Vamos conhecer duas formas de análise do Balanço Patrimonial, utilizando a Análise Vertical e Horizontal.
Utilizando o Balanço Patrimonial anterior, conduziremos uma análise vertical, como o modelo de balanço patrimonial a seguir:
Ao aplicar a análise vertical, o gestor terá totais condições de avaliar e comparar os valores do Balanço e posteriormente analisar de forma analítica os razões de cada uma das contas.
Por exemplo: o ativo total e passivo total possuem a porcentagem de 100%, uma vez que os demais valores do balanço derivam do total do ativo e passivo.
Portanto, 15,79% do total do passivo é circulante, ou seja, são obrigações de curto prazo que vão vencer antes de 12 meses. Já o total do circulante do ativo está em 47,37% do total, assim, aparentemente a empresa terá recursos para pagar todas as obrigações.
Porém, somente 5,26% estão nas disponibilidades. Caso os recebimentos de clientes não sejam pagos e o estoque não se torne dinheiro, a empresa pode ter problemas para quitar suas obrigações de curto prazo.
Além da análise sobre a liquidez da empresa, é importante avaliar outros aspectos, como o tamanho da reserva de lucros. A empresa do exemplo possui uma reserva de 72,63%, isso mostra que a companhia possui uma reserva considerável e caso seja necessário, pode estar distribuindo parte desses lucros aos seus acionistas, ou até aumentando o seu capital social, injetando mais dinheiro na firma.
O passivo não circulante aparenta ser baixo, com 6,32% do total do passivo, desse modo, a empresa não terá grandes preocupações com relação a obrigações futuras a pagar.
Agora conheceremos outra forma de analisar o Balanço Patrimonial, através de uma análise horizontal, usando um modelo de Balanço Patrimonial:
De um ano para outro, a empresa registrou diversas variações. O ativo circulante aumentou 45% de 2020 para 2021, sendo que somente em estoque, a empresa obteve um aumento de 150% comparado a 2020.
Outra conta com fortes mudanças é o realizável a longo prazo. De 2020 para 2021, a conta registrou queda de 21,05%, sendo que boa parte dessa queda está representada na redução dos valores da conta recebíveis (-28,57%). Inclusive, a queda dos recebíveis no longo prazo sustenta a ideia de que parte desses recebíveis acabou se deslocando no curto prazo, uma vez que os recebíveis no circulante tiveram um aumento de 50%.
De 2020 para 2021 a empresa pagou boa parte de suas dívidas também. Por mais que o passivo tenha aumentado, esse crescimento se deve à reserva de lucros, não tanto pelas obrigações em si.
Além da Análise Vertical e Horizontal, o gestor pode utilizar de outras ferramentas e análises na hora da tomada de decisão. Um exemplo são as ferramentas de automação contábil, que podem ajudar nessa demanda.
Estas ferramentas são capazes de auxiliar o gestor na geração de relatórios contábeis, como o Balanço Patrimonial e na elaboração de relatórios, como a Análise Vertical e Horizontal, de forma diretamente integrada e automatizada, garantindo governança de dados e agilizando o trabalho de equipes de contabilidade, controladoria, FP&A e financeiro.
Para saber mais sobre como a tecnologia financeira pode agilizar sua análise financeira, leia nosso artigo sobre A Tecnologia na Gestão Financeira.
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