A Demonstração do Valor Adicionado, ou DVA, é um relatório contábil que mostra os valores que adicionados ao Patrimônio Líquido da empresa. Semelhante ao DRE, a DVA tem o foco no resultado da companhia, apesar de possuir diferenças-chave.
Na hora de conduzir a análise sobre o resultado da companhia, a Demonstração do Valor Adicionado é uma ferramenta de grande ajuda, inclusive agregando junto ao DRE uma análise mais abrangente. Se você busca conhecer mais sobre a DVA, acompanhe o nosso artigo e conheça tudo sobre esta ferramenta.
A Demonstração do Valor Adicionado mostra o resultado que será somado ao Patrimônio Líquido (PL) da empresa. Ao final de cada período, como o encerramento do ano, a empresa terá um resultado. Esse resultado provavelmente será lucro ou prejuízo. A DVA é um relatório que mostrará como a empresa alcançou tal resultado e qual é o valor que será agregado ao PL.
Como outras Demonstrações Contábeis, a DVA muito se assemelha ao DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício). Enquanto o DRE mostra como a firma chegou ao resultado final, a DVA vai mostrar qual foi o valor agregado ao PL. Ou seja, aqui, como no DRE, não há contas de ativo e passivo, mas sim as receitas, custos e despesas.
Para conduzir uma boa análise sobre o resultado da empresa, a Demonstração do Valor Adicionado é um relatório fundamental. Olhando a estrutura da DVA, o relatório possui diferenças importantes em comparação ao DRE e por isso, pode dar outra perspectiva para a análise.
Por exemplo: enquanto no DRE, o gestor terá a estrutura do DRE descrita como as contas estão no plano de contas de uma contabilidade, na Demonstração do Valor Adicionado, o formato é diferente.
Assim, facilitará para o gestor analisar os efeitos dos salários sobre o faturamento da companhia, ou quanto dinheiro foi utilizado do faturamento para o pagamento de empréstimos e financiamentos.
Realizar esse tipo de análise ajudará na tomada de decisão e em uma avaliação crítica do resultado da companhia.
Segundo a Lei 11.638/2007, todas as empresas de capital aberto devem elaborar uma Demonstração do Valor Adicionado ao final do período. Portanto, a empresa está sujeita a apresentar uma DVA, ao menos, uma vez por ano, no encerramento do exercício.
Vale destacar que as empresas que não possuem capital aberto e enviam o SPED, ECD e ECF, não tem obrigatoriedade de enviar a DVA. Por ser um relatório que mostra o resultado da empresa e qual é o valor adicionado ao PL, a demonstração pode ser utilizada para análise da operação.
Também é importante lembrar que é possível empregar o uso da Análise Vertical e Análise Horizontal neste relatório para extrair o melhor do relatório e ajudar na tomada de decisão.
Como os dois relatórios contábeis tratam do resultado da empresa, mas trabalha a estrutura de formas diferentes, ambos os relatórios são muito parecidos. Com o intuito de comparar os relatórios, analisaremos a Demonstração do Valor Adicionado da empresa B3:
Agora, para fazer uma comparação entre os relatórios, vamos analisar a DRE da B3 cobrindo o mesmo período:
Podemos identificar que o resultado final de ambos os relatórios são os mesmos. No DRE, o Lucro/Prejuízo Consolidado do Período de 2021 ficou em R$ 4.717.089, enquanto na DVA a remuneração de Capitais Próprios ficou no mesmo valor. Porém, a estrutura de ambos os relatórios são bem diferentes.
Por exemplo: os valores com pessoal, na DVA estão mais para o final do relatório, dentro do grupo de Distribuição do Valor Adicionado. Já na DRE os valores estão dentro das despesas que se iniciam no grupo de Despesas/Receitas Operacionais.
Outra diferença fica por conta da depreciação. Enquanto a Demonstração do Valor Adicionado possui a depreciação dentro do grupo de retenções, na Demonstração de Resultados do Exercício, o valor fica mais próximo do final do relatório, nas despesas financeiras.
Em resumo; a relação entre o DRE e a DVA existe, ambos os relatórios trazem com detalhes as movimentações do resultado, mas sob perspectivas diferentes.
Semelhante ao DRE, a DVA mostrará as contas de resultado e como a companhia chegou até o lucro ou prejuízo. Destaca-se que além de mostrar o resultado, na Demonstração do Valor Adicionado aparecerá qual foi o destino do resultado final da companhia, por exemplo: se a firma fez a distribuição de lucros, remunerou o capital de terceiros, ou utilizou de outra forma os valores.
Como exemplo de DVA, analisaremos a Demonstração de Valor Adicionado da Vale do Rio Doce referente aos períodos de 2019 a 2021.
Em uma rápida análise sobre a DVA enxergaremos o crescimento do faturamento da Vale. Em questão de três anos, a companhia praticamente dobrou o seu faturamento. Mesmo com um faturamento em franca expansão, os custos não aumentaram tanto.
Em comparação com 2019, em 2021 os custos só cresceram 11,81%. Analisando de forma analítica os números dos custos, os eventos de Brumadinho vêm registrando queda considerável de 2019 para 2021, além das perdas que também sofreram grande redução.
No valor adicionado total a distribuir, a Vale registrou crescimento significativo, aumentando em 567% seu resultado comparado a 2019. Olhando exclusivamente a DVA da Vale, não há dúvidas que nos últimos três anos, a companhia conseguiu resultado significativo e muito interessante.
Uma boa análise sobre a Demonstração do Valor Adicionado ajudará o gestor na tomada de decisões e identificar eventuais problemas ou vantagens que a operação da firma possui. Observando que a DVA é um relatório menos comum do que a DRE e o Balanço Patrimonial, ferramentas de automação contábil podem ajudar na elaboração de tal relatório.