No contexto empresarial, entender e analisar as demonstrações financeiras é essencial para gestores e profissionais de finanças.
Técnicas como a Análise Vertical e a Análise Horizontal são fundamentais para obter uma visão detalhada do desempenho financeiro de uma empresa.
A Análise Vertical permite examinar a composição de um relatório financeiro em um único período, enquanto a Análise Horizontal foca na comparação dos resultados ao longo de diferentes períodos, destacando tendências e mudanças significativas.
Neste artigo, você encontrará uma explicação detalhada sobre o que são essas análises, como aplicá-las e exemplos práticos de cada uma, e a relação entre a análise horizontal, análise vertical, balanço patrimonial e DRE.
Se você está interessado em melhorar seu entendimento sobre a saúde financeira de sua empresa e tomar decisões mais informadas, continue lendo!
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A análise vertical e horizontal são formas de estudar o resultado da empresa através do DRE (Demonstrativo do resultado do Exercício) e a composição patrimonial por meio do Balanço Patrimonial.
Ambos os estudos são utilizados dentro da análise fundamentalista, aquela onde o interessado busca conhecer os números dos principais fundamentos da companhia, e ambos são essenciais para qualquer profissional de FP&A, profissional da área de Controladoria ou Contabilidade.
Se você buscar conhecer mais sobre o que são: Análise Vertical e Horizontal, qual é o objetivo, como fazer análise vertical e horizontal com exemplos, suas diferentes formas de aplicação e mais, acompanhe o nosso artigo.
De maneira geral, pode-se conceituar a Análise Vertical como ferramenta para estudar uma Demonstração Contábil, como o DRE, DFC ou Balanço Patrimonial, o usuário vai analisar os itens e valores de cima para baixo ou de baixo para cima. Dessa forma, o usuário consegue acompanhar a evolução do resultado da companhia dentro do período.
Vamos conferir um exemplo que nos mostra a análise vertical.
Uma empresa que possui um ativo total de R$ 10.000,00 e conta com R$ 2.000,00 em caixa e R$ 8.000,00 em clientes a receber, possui somente R$ 2.000,00 em disponibilidade imediata. Em uma análise ainda mais analítica, o interessado pode avaliar o passivo e identificar qual é o total de obrigações de curto prazo.
Como o ativo é de R$ 10.000,00, o passivo é do mesmo valor, porém, dentro das obrigações de curto prazo, há valores de fornecedores a pagar de R$ 3.000,00. Isso pode acabar exigindo que a companhia busque dinheiro com terceiros.
Assim, a análise vertical oferece ferramentas para analisar o balanço e identificar problemas ou soluções dentro do período. Ao levar a Análise Vertical ao DRE (Demonstrativo de Resultado do Exercício), mais situações podem ser estudadas.
Por exemplo: A empresa registrou lucro líquido de R$ 5.000,00, sendo que houve prejuízo operacional, portanto, não foi a operação da empresa que a tornou lucrativa. Ao fazer a análise vertical, foi descoberto que o resultado positivo veio de uma operação financeira.
Através de uma operação financeira, lucrativa, a firma conseguiu alcançar o lucro líquido do período. Assim, por mais que a firma tenha encerrado o período no positivo, o negócio não está bem.
Através da Análise Horizontal a pessoa vai comparar os números da empresa de períodos diferentes. A estrutura de um balanço e DRE é feito de forma vertical com os períodos anteriores expostos de forma horizontal.
Assim, a pessoa tem condições de acompanhar os números do período e comparar os resultados com os períodos anteriores. Portanto, se na Análise Vertical a pessoa vai estudar os números de um período, conhecido como a empresa alcançou tal evolução patrimonial ou resultado operacional, através da Análise Horizontal, a pessoa vai conseguir comparar os valores atuais com períodos anteriores.
Vamos conferir um exemplo que nos mostra a análise horizontal.
Vamos supor que a pessoa está conferindo um Balanço Patrimonial de uma empresa, onde no relatório há os números atuais e de anos anteriores. Ao comparar o valor do caixa e dos recebimentos de clientes, a pessoa identifica a redução de caixa e aumento no saldo de valores a receber.
Isso mostra que a empresa ganha dinheiro, mas não está conseguindo receber. Caso essa situação se perpetue, é possível que em um próximo período, surja uma conta de provisão e perdas, ou até de empréstimo de capital de giro.
Essa Análise Horizontal pode inclusive ajudar na gestão da empresa. Com uma análise bem feita, a gestão pode tomar atitudes antes mesmo de algo pior acontecer.
Ao estudar um DRE, a Análise horizontal pode ajudar da seguinte forma: vamos supor que a empresa registrou uma Receita Líquida de R$ 100.000,00 no atual período e nos anos anteriores, R$ 80.000,00 e R$ 75.000,00 respectivamente. O aumento gradual do faturamento mostra que o negócio vem crescendo, algo que interessa muito os investidores e inclusive os proprietários da companhia.
A diferença entre as duas análises é grande. Enquanto a Análise Vertical dá atenção aos números do período, a Horizontal foca na comparação entre os períodos. Em outras palavras, a Análise Vertical tem grande serventia no estudo dos números da empresa referentes ao período.
Então, ao acompanhar um Balanço Patrimonial ou DRE, a Análise Vertical pode ser utilizada para comparar a evolução dos números de diferentes itens dentro do mesmo período. A análise vertical pode mostrar diversas informações relevantes ao investidor ou gestor da empresa.
Com relação à Análise Horizontal, o foco do estudo é a comparação entre os períodos. Uma empresa que vem aumentando os seus valores com despesas administrativas, precisa ficar atento com tais valores e conferir o porquê desse aumento.
Vale destacar que a junção das duas análises, a Vertical e Horizontal, vão potencializar os estudos e trazer resultados melhores, e são ferramentas indispensáveis para qualquer profissional de FP&A ou na área da Contabilidade.
Como já mencionado, a Análise Vertical é utilizada para estudar os números dos relatórios contábeis dentro de um mesmo período.
Antes de prosseguirmos, vale destacar que a fórmula a ser utilizada para fazer a Análise Vertical é a seguinte:
AV = Conta (ou grupo de contas) /Receita total (ou a Receita Líquida) x 100.
Há vários relatórios contábeis que podem ser estudados por meio da Análise Vertical.
Ao conferir os resultados da análise, o gestor identificará que cada um dos valores do DRE possui uma porcentagem do valor total da Receita. Caso o relatório fosse do Ativo, ou Passivo de uma empresa, o total do Ativo ou Passivo serviriam como base. Aqui, temos a Receita Líquida.
No ano de 2020, a empresa registrou um lucro líquido equivalente a 4,15% do total da Receita Líquida, em outras palavras, para cada R$ 1,00 de receita auferida, R$ 0,0415 sobrou como lucro. Uma margem pequena.
Já no ano seguinte, em 2021, a margem ficou maior, alcançando os 11,69%. Dentre os valores que se destacam está a própria Receita Líquida, além das despesas operacionais que não evoluíram de forma proporcional à Receita, fato que contribuiu para o aumento da margem de lucro líquido.
A análise vertical é apenas uma de várias análises que podem ser feitas com base na DRE, mas não é capaz de contar a história inteira. Por isso, é importante usar este método junto de outras análises e indicadores derivados da DRE para agregar mais contexto e ter mais assertividade nas conclusões que irão auxiliar o gestor no processo de tomada de decisão.
Além do DRE, a análise vertical também pode ser utilizada em outros relatórios, como o Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC). Com a DFC em mãos, o responsável aplicará a análise vertical e comparará os valores de cada um dos itens.
Por exemplo: em um DFC direto, onde o fluxo do caixa está totalmente aparente, a pessoa pode avaliar a dimensão dos valores pagos e recebidos.
Neste DFC em questão, a variação foi positiva. Ao final do período a firma conseguiu ficar com mais dinheiro. Dentre os pontos que chamam a atenção está o fluxo de caixa positivo e o saldo zero em captação de empréstimos. Assim, a DFC mostra que a empresa consegue fazer dinheiro sem necessidade de capital de terceiros.
Dos R$ 150.000,00 recebidos, 23,33% sobraram no caixa, margem boa. Somando o valor inicial e a movimentação do ano, a empresa terminou o período com um saldo equivalente a 30% dos recursos recebidos de clientes. Inclusive, a empresa poderia ter utilizado os valores para aumentar investimentos ou até adiantar fornecedores, gerar mais força para suas vendas.
Ao fazer a Análise Vertical, o gestor identificará o caixa maior e considerar fazer mais investimentos no futuro.
Como a Análise Horizontal vai considerar um estudo do período atual e dos anteriores, a comparação entre os números é o ponto principal da análise.
A fórmula utilizada na análise horizontal é a seguinte:
AH = [(Valor atual do item/Valor do item no período base) - 1] x 100.
O cálculo é feito comparado o atual com o valor anterior. Assim, o gestor tem como conduzir com sucesso a análise horizontal.
A DRE acima está preparada para análise horizontal. Ao olhar o DRE, o gestor pode identificar que em 2020 o resultado da empresa despencou e não conseguiu se recuperar. Em comparação direta com o ano de 2019, o resultado da companhia caiu 88,26%. Sem dúvidas, o melhor momento nos últimos quatro anos foi em 2019.
Um dos motivos para tal queda pode estar ligado à pandemia e ao aumento dos preços. Olhando o CMV, percebe-se que houve sim aumento dos custos e redução drástica das margens. Sem em 2019 o lucro bruto era de 55,7% da receita líquida, em 2021, a margem caiu para 41%.
Outro ponto preocupante está relacionado às despesas não operacionais. De 2018 a 2019, houve queda (-33,34%), mas depois, só aumentou. Caso essas despesas continuem crescendo, o resultado da firma pode ser comprometido. Portanto, aqui, temos mais um ponto que o gestor deverá analisar com mais cuidado.
O uso das Análises Horizontal e Vertical é muito importante e faz parte do estudo da imensa maioria dos empresários e gestores.
Através da Análise Vertical, o gestor terá condições de comparar os números dentro de um período, já a Análise Horizontal envolve os estudos de outros períodos, comparando os mesmos itens, mas de diferentes períodos.
Tanto a Análise Vertical, quanto Horizontal podem ser utilizadas em vários relatórios contábeis, como o Balanço, DRE e DFC. A Análise Vertical é mais empregada no estudo de um período da empresa.
Ao utilizar a análise em um balanço, por exemplo, o gestor poderá avaliar a composição do ativo e passivo, comparando questões envolvendo liquidez, obrigações de curto prazo, disponibilidades, imobilização do ativo, dentre outros.
Em um DRE, a análise tem grande serventia para determinar quais foram os pesos das contas de resultado para alcançar o lucro, ou prejuízo do período. Em um DFC (Demonstração de Fluxo de Caixa), a análise pode ser fundamental na hora de descobrir os pesos que cada uma das contas teve com relação às disponibilidades da empresa.
Já a Análise Horizontal vai dar condições de comparar os diferentes períodos de todos os itens de um Balanço, DRE, DFC ou qualquer outro relatório contábil.
No entanto, vale destacar que nenhuma análise deve ser feita sem um nível satisfatório de governança acerca dos dados usados para construir estas demonstrações contábeis. Por isso, é importante o uso de ferramentas para auxiliar no controle dos dados utilizados para construir as demonstrações, utilizando, por exemplo, um ERP para Contabilidade.
Outras ferramentas que podem auxiliar o gestor na hora da criação das suas análises são as ferramentas de automação contábil e FP&A, trazendo ferramentas que ajudam a elaborar relatórios contábeis mais amigáveis. O uso de soluções de integração e automatização de relatórios contábeis, podem auxiliar no processo de tomada de decisão com mais agilidade e assertividade.
Por fim, reforçamos que números isolados não oferecem uma visão completa de um empreendimento. Desse modo, é crucial conduzir análises financeiras adicionais após a avaliação vertical e horizontal, utilizando indicadores financeiros para agregar contexto e enriquecer suas análises financeiras.
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