O impairment em contabilidade é um conceito que se refere à depreciação permanente no valor recuperável de um ativo, tangível ou intangível, comparado ao seu valor contábil.
Esse ajuste é essencial para assegurar que as demonstrações financeiras reflitam com precisão a verdadeira situação patrimonial e econômica da empresa, evitando a superavaliação de ativos.
A aplicação do impairment tornou-se ainda mais relevante com a adoção de normas internacionais de contabilidade, como as normas do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) no Brasil e as IFRS (International Financial Reporting Standards) no cenário global.
Em particular, destaca-se o CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, que estabelece diretrizes claras para a identificação e o reconhecimento do impairment.
Neste artigo, exploraremos os conceitos fundamentais do impairment, os critérios para sua aplicação, e como funciona o processo de avaliação e ajuste do valor recuperável de ativos, com base nas melhores práticas contábeis e nas normas vigentes.
No contexto contábil, o impairment representa a redução permanente no valor recuperável de um ativo, seja ele tangível ou intangível.
Esse processo é essencial para assegurar que o valor registrado do ativo nas demonstrações financeiras reflita sua real condição econômica, ajustando-o em caso de perda significativa de valor.
O objetivo do impairment é garantir que os ativos de uma empresa sejam apresentados no balanço patrimonial por um valor que não exceda o seu valor recuperável. O valor recuperável é definido como o maior valor entre:
Esse processo desempenha um papel fundamental para:
O processo envolve comparar o valor contábil (ou seja, o valor registrado no balanço) com o valor recuperável do ativo. O valor recuperável é o maior entre:
Se o valor contábil for maior que o recuperável, o ativo está com impairment, e a diferença deve ser reconhecida como uma perda contábil.
O teste de impairment consiste em comparar o valor contábil de um ativo com seu valor recuperável. O valor recuperável é determinado pelo maior valor entre:
Caso o valor contábil seja maior que o recuperável, a diferença deve ser reconhecida como uma perda por impairment, registrada como despesa na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
O teste de impairment tem como finalidade:
De acordo com as normas contábeis, o teste de impairment deve ser realizado:
Com essas práticas, as empresas mantêm suas demonstrações financeiras alinhadas às melhores práticas contábeis e asseguram a confiabilidade das informações fornecidas aos stakeholders.
Os testes de imparidade são utilizados para avaliar se o valor contábil de um ativo ou grupo de ativos deve ser ajustado, devido à perda de valor.
Existem dois tipos principais de testes: o teste individual e o teste por Unidade Geradora de Caixa (UGC).
Ambos são importantes, mas aplicados de maneira diferente, dependendo do tipo de ativo e da forma como ele contribui para os fluxos de caixa da empresa. Vamos explorar mais detalhes sobre cada um:
O teste individual é aplicado diretamente a um ativo específico, como um equipamento, prédio ou veículo.
Esse tipo de teste é realizado quando o ativo não está integrado diretamente com outros ativos e sua capacidade de gerar fluxos de caixa pode ser avaliada separadamente.
Como funciona:
Exemplo: Se uma máquina usada em uma fábrica perde sua utilidade devido a obsolescência ou danos e não pode gerar fluxo de caixa suficiente para cobrir seu valor contábil, será necessário realizar o teste individual para determinar se há perda por imparidade.
O teste por Unidade Geradora de Caixa (UGC) é realizado em um grupo de ativos que, juntos, geram fluxos de caixa de maneira conjunta.
Isso é comum em ativos que estão operando em conjunto, como uma planta industrial, unidades de negócios ou segmentos de operações.
Em vez de avaliar um único ativo isoladamente, o teste é feito em uma unidade ou grupo de ativos que geram fluxos de caixa de maneira interdependente.
Como funciona:
Exemplo:Uma fábrica que possui diversos equipamentos e ativos integrados, e todos geram fluxos de caixa juntos, precisa ser testada como uma UGC.
Se o desempenho da fábrica diminui devido a condições de mercado, o valor total dos fluxos de caixa projetados pode não cobrir o valor contábil dos ativos da planta.
Nesse caso, seria necessário realizar um teste de imparidade para ajustar o valor dos ativos conforme necessário.
O cálculo do impairment envolve os seguintes passos:
Fórmula básica:
Impairment = Valor Contábil − Valor Recuperável
Esses exemplos ilustram como fatores externos ou mudanças nas condições de mercado podem gerar a necessidade de ajustes contábeis por meio do impairment.
De acordo com normas internacionais e locais, como CPC 01 (no Brasil):
Por exemplo, se um ativo tem um valor contábil de R$ 150.000 e seu valor recuperável é de R$ 100.000, o lançamento seria:
A depreciação é um processo planejado e sistemático que reconhece a redução do valor de um ativo ao longo de sua vida útil, refletindo o desgaste ou a obsolescência gradual.
Já o impairment representa uma perda inesperada e significativa no valor recuperável de um ativo, geralmente causada por fatores extraordinários.
Por exemplo:
O impairment é um processo fundamental para assegurar a integridade das demonstrações financeiras, garantindo que os ativos sejam apresentados de acordo com sua realidade econômica e promovendo a transparência nos registros contábeis.
Testar regularmente os ativos para identificar possíveis perdas de valor é uma prática indispensável para evitar a superavaliação patrimonial e assegurar a conformidade com as normas contábeis, como o CPC 01 e as IFRS.
Além de atender às exigências regulatórias, o teste de impairment desempenha um papel estratégico na gestão financeira das empresas, fornecendo dados confiáveis para a tomada de decisões e fortalecendo a confiança de investidores, credores e outros stakeholders.
Essa prática também reforça o compromisso da empresa com a governança corporativa, sendo um indicador de responsabilidade e sustentabilidade no mercado.
Ao implementar o impairment como parte integrante de sua gestão contábil, as empresas não apenas atendem às normas vigentes, mas também demonstram maturidade financeira e alinhamento com as melhores práticas de transparência e responsabilidade econômica.
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