A alavancagem financeira é uma ferramenta fundamental na gestão financeira de uma empresa, mas, ao mesmo tempo, arriscada no mundo dos negócios e dos investimentos.
Ao utilizar capital emprestado para aumentar o retorno potencial de um investimento ou expandir operações, empresas e investidores podem alcançar resultados significativos que seriam impossíveis apenas com recursos próprios.
No entanto, essa estratégia também aumenta os riscos, pois amplifica tanto os lucros quanto as perdas.
Neste artigo, exploraremos o conceito de alavancagem financeira, suas principais métricas, vantagens e desvantagens, e como ela pode ser aplicada de forma inteligente e segura.
Continue a leitura e aprenda:
Alavancagem financeira é uma estratégia para definir o uso de capital de terceiros, geralmente na forma de dívidas, para financiar a aquisição de ativos ou a realização de investimentos.
O principal objetivo da alavancagem financeira é aumentar o retorno sobre o capital próprio dos acionistas.
Em outras palavras, trata-se de uma estratégia utilizada pelas empresas para maximizar os seus ganhos sem precisar aumentar proporcionalmente o capital próprio investido.
O conceito de alavancagem é fundamental para entender como as empresas estruturam suas finanças e tomam decisões de investimento.
Empresas que conseguem utilizar a alavancagem de maneira eficaz geram retornos substancialmente maiores do que aquelas que dependem exclusivamente de seu próprio capital.
No entanto, é importante lembrar que a alavancagem financeira também aumenta o risco, pois, ao contrair dívidas, a empresa assume a obrigação de pagar juros, independentemente do sucesso ou fracasso de seus investimentos.
Desta forma, a análise de todos os dados operacionais é crucial, antes de qualquer tomada de decisão.
De maneira geral, a alavancagem financeira é uma estratégia utilizada por empresas e investidores para aumentar o retorno sobre o capital investido através da utilização de capital emprestado.
Seu funcionamento acontece em três passos:
Mas como acompanhar os resultados? Existe fórmula? Continue a leitura!
Existem alguns importantes indicadores de alavancagem e endividamento utilizados para calcular quanta dívida uma empresa está alavancando em uma tentativa de maximizar os lucros. Separamos os principais indicadores e suas respectivas fórmulas:
O Índice de Endividamento Geral (EG) é calculado somando-se o passivo circulante e o passivo não circulante e dividindo pelo ativo total.
Um índice menor indica menor endividamento e menor dependência de capital externo. Idealmente, esse índice deve ser inferior a 1.
Índice de endividamento = Dívida total ÷ Ativos totais
Um índice relativamente baixo sugere boa saúde financeira da empresa. No entanto, se o índice for elevado em comparação com os pares da organização, isso pode ser aceitável, dependendo do setor.
O indicador Dívida Bruta/Patrimônio Líquido mede a relação entre capital de credores e capital próprio. Calcula-se dividindo o passivo total pelo patrimônio líquido.
Dívida Bruta/Patrimônio Líquido = Passivo Total/ Patrimônio Líquido
O indicador Dívida Líquida/EBITDA avalia o grau de endividamento da empresa e sua capacidade de suportar dívidas adicionais. Esse indicador mostra quantos anos seriam necessários para pagar a dívida usando o EBITDA.
Dívida Líquida/EBITDA = Dívida Líquida ÷ EBITDA
O Grau de Alavancagem Financeira (GAF) mede o impacto dos juros de capital de terceiros sobre o resultado da empresa. Um valor próximo de 1 indica menor impacto dos juros no resultado.
Grau de Alavancagem Financeira = Resultado Líquido ÷ Resultado Líquido - Juros
Aprenda também outros importantes indicadores de Endividamento e Alavancagem Financeira!
Agora que você aprendeu o conceito do que é esse termo, quem utiliza, como funciona e quais os principais indicadores. Chegou o momento de entender o contexto de aplicação de Alavancagem Financeira.
Para começar, um exemplo clássico de alavancagem financeira ocorre quando uma empresa contrai um empréstimo bancário para financiar a compra de novos equipamentos que aumentarão sua capacidade produtiva.
Suponha que o custo do empréstimo seja de 6% ao ano, mas os novos equipamentos permitem que a empresa aumente sua produção e vendas, resultando em um retorno de 12% sobre o investimento.
Nesse caso, a empresa utiliza a alavancagem para dobrar o retorno sobre o capital investido, evidenciando como a alavancagem pode potencializar os lucros.
No entanto, se a demanda pelos produtos da empresa diminuir e o retorno cair para 4%, a empresa ainda terá que pagar os juros do empréstimo, o que pode resultar em perdas financeiras.
É importante que a empresa realize uma projeção de ganhos, no tempo que durará o empréstimo. Para ser tomada a melhor decisão.
Esse exemplo ilustra tanto o potencial quanto os riscos associados à alavancagem financeira.
Outro exemplo importante é considerar uma empresa formada com um investimento de R$10 milhões de investidores. Esse patrimônio é o dinheiro que a empresa pode usar para operar.
Se a empresa usar financiamento de dívida e tomar emprestado R$ 20 milhões, ela agora tem R$ 30 milhões para investir em operações comerciais e mais oportunidades de aumentar o valor para os acionistas.
No entanto, ela teria uma alta relação dívida/patrimônio líquido. Dependendo de sua indústria e de suas relações médias, uma relação tão alta poderia ser esperada ou preocupante.
Esse tipo de estratégia de alavancagem pode funcionar quando mais receita é gerada do que a dívida criada pela emissão de títulos.
A alavancagem financeira oferece diversas vantagens, incluindo:
- Maximização dos lucros: Aumenta o retorno sobre o patrimônio líquido dos acionistas sem a necessidade de emitir novas ações.
- Crescimento acelerado: Permite que as empresas invistam em novas oportunidades de crescimento sem precisar levantar grandes quantidades de capital próprio.
- Benefício fiscal: Juros pagos sobre dívidas geralmente são dedutíveis do imposto de renda, o que pode reduzir a carga tributária da empresa.
Por outro lado, as desvantagens incluem:
- Risco aumentado: Em períodos de baixa performance, o endividamento pode levar a perdas significativas, aumentando o risco de insolvência.
- Dependência de credores: Empresas altamente alavancadas podem se tornar excessivamente dependentes de credores, limitando sua capacidade de tomar decisões autônomas.
- Impacto negativo na avaliação de crédito: Um alto nível de endividamento pode prejudicar a classificação de crédito da empresa, dificultando o acesso a novos financiamentos.
Esses fatores devem ser cuidadosamente considerados ao planejar o uso de alavancagem financeira.
Agora que você entendeu o que é, as vantagens e desvantagens desta ferramenta, pode pensar em como otimizar o cálculo e a análise dos indicadores de alavancagem financeira.
Mas, ATENÇÃO! Não confunda com Alavancagem Operacional.
Embora ambos os conceitos envolvam o uso de recursos para aumentar os lucros, a alavancagem operacional e a alavancagem financeira diferem significativamente:
- Alavancagem Operacional
Refere-se ao impacto que os custos fixos têm sobre a lucratividade da empresa.
Quanto maiores os custos fixos, maior a alavancagem operacional.
Empresas com alta alavancagem operacional pode ver seus lucros aumentar significativamente com um pequeno aumento nas vendas, mas também podem sofrer grandes perdas se as vendas caírem.
- Alavancagem Financeira
Está relacionada ao uso de dívidas para financiar ativos.
Empresas que utilizam alavancagem financeira estão aumentando seu risco ao assumir dívidas, mas também estão potencializando seus retornos, desde que o retorno sobre os ativos seja superior ao custo da dívida.
Entender a diferença entre esses dois tipos de alavancagem é crucial para a tomada de decisões financeiras informadas.
Agora sim podemos prosseguir e aprender como otimizar o cálculo dos indicadores de Alavancagem Financeira.
Otimizar o cálculo dos indicadores da alavancagem financeira envolve mais do que simplesmente aplicar fórmulas matemáticas.
É essencial analisar os resultados à luz da estratégia e dos objetivos financeiros da empresa. Aqui estão algumas práticas recomendadas para otimizar o uso dos indicadores:
O primeiro passo com certeza é acompanhar de perto indicadores como o índice de endividamento geral, a relação dívida/patrimônio líquido e o grau de alavancagem financeira permite identificar sinais de alerta precocemente. A frequência dessa análise deve ser ajustada conforme a volatilidade do setor e da economia.
Realizar análises de sensibilidade para diferentes cenários econômicos pode ajudar a prever como mudanças nas taxas de juros, nas receitas e nos custos operacionais afetarão a empresa. Isso é crucial para antecipar riscos e ajustar as estratégias conforme necessário.
Compare os indicadores de alavancagem com benchmarks do setor e com os resultados de períodos anteriores. Isso ajuda a contextualizar os dados e a identificar tendências ou áreas que precisam de atenção.
Combine os cálculos de alavancagem financeira com análises de desempenho geral da empresa. Avaliar a eficácia da alavancagem em relação aos resultados operacionais e financeiros proporciona uma visão mais completa e facilita a tomada de decisões.
Por último, e talvez integrando todas as demais recomendações anteriores, invista em ferramentas de análise financeira. Com ferramentas de modelagem e dashboards, podem facilitar o acompanhamento dos índices de alavancagem e ajudar na tomada de decisões baseadas em dados.
A alavancagem financeira é uma ferramenta poderosa para aumentar os retornos e expandir operações, mas deve ser usada com cautela.
Com uma estratégia bem planejada, você pode aproveitar o capital emprestado para atingir objetivos financeiros ambiciosos, enquanto gerencia os riscos envolvidos.
Para aprofundar seus conhecimentos em estratégias financeiras e descobrir como otimizar a gestão financeira, leia nosso artigo sobre Gestão Financeira para Empresas: Ferramentas e Técnicas para impulsionar seus resultados
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