Finanças Corporativas

Principais Indicadores Financeiros de Desempenho para Empresas

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13.12.2022
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Equipe LeverPro

Sabemos que uma empresa sem uma gestão financeira apropriada dificilmente vai conseguir crescer. 

Sem o controle das finanças empresariais através do uso das demonstrações contábeis e dos indicadores financeiros, os gestores serão incapazes de identificar a saúde financeira da empresa, controlar e analisar gastos, identificar problemas e oportunidades, e tomar decisões baseadas em dados, não em achismos. 

Como há diversas contas e números em relatórios contábeis, como por exemplo, o Balanço Patrimonial e o DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), também há vários indicadores que podem ser alvo de análise. 

Neste artigo, vamos falar sobre a utilização e cálculo dos principais indicadores de desempenho, para auxiliar na gestão da sua empresa. Acompanhe!

O que são e por que usar indicadores financeiros?

Os indicadores financeiros são dados extraídos dos relatórios contábeis que podem ajudar na tomada de decisão do gestor de uma empresa, investidores e demais interessados. 

Primeiro, o analista faz a consulta nos relatórios contábeis, em busca de alguns dados. Com esses dados, o analista passa para a segunda parte, que nada mais é do que realizar os cálculos para chegar aos indicadores. 

Tendo os valores dos indicadores, o analista poderá fazer a tomada de decisão, com o apoio de indicadores financeiros, que podem ser de suma importância na hora de fazer a gestão orçamentária da empresa.

Os Principais Indicadores Financeiros de Desempenho

Existem inúmeros indicadores que podem ajudar na análise de uma empresa, com diferentes aplicações e peculiaridades. 

É importante reforçar que, dependendo do seu modelo de negócio, pode ser necessário identificar quais indicadores financeiros são mais apropriados. Uma empresa que utiliza modelo de assinatura, por exemplo, poderá utilizar métricas como o LTV (Life-Time Value) para calcular o retorno de seus investimentos.

Por isso, vamos abordar neste post os indicadores financeiros que são essenciais para qualquer empresa, independentemente de seu segmento.

Margem Bruta

Ao descobrir a margem bruta o analista terá em mãos qual é a porcentagem que sobra da receita menos os custos e demais deduções.  A fórmula é a seguinte:

Margem Bruta = (Receita – Deduções – Custos Diretos Variáveis) x 10%

Por exemplo: uma empresa que possui R$ 1.000,00 de receita bruta e conta com R$ 400,00 em deduções e R$ 300,00 em custos diretos e variáveis terá uma margem bruta de 30%.

Margem Bruta = (1.000 – 400 – 300)x 10%;

Margem Bruta = 30%

Margem EBITDA

Diferente do que acontece na margem bruta, a margem EBITDA computa a operação como um todo da empresa. 

Ou seja, ao calcular a margem EBITDA, ou (também chamada de LAJIR – Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda), o analista saberá qual é o resultado operacional da empresa.  

Ao fazer o cálculo primeiro será necessário descobrir o EBITDA para depois conseguir encontrar a margem. Segue a fórmula:

EBITDA = Lucro Operacional Líquido + Depreciação + Amortização

Por exemplo: uma companhia que possui um lucro operacional líquido de R$ 200,00, depreciação de R$ 200,00 e amortizações de R$ 100,00, tem um EBITDA de R$ 500,00. Considerando uma receita líquida de R$ 1.000,00, teremos o seguinte cálculo para a Margem EBITDA:

Margem EBITDA = (EBITDA/Receita Líquida) x 100%;

Margem EBITDA = 50%

Ou seja, de 100% da receita líquida da companhia, após subtrair todos os custos e despesas operacionais, temos 50% de receita permanece.

Margem Líquida

A margem líquida vai mostrar quantos por cento sobra da receita bruta, após todas as adições e subtrações.  Então se o lucro líquido da empresa é de R$ 300,00 e a receita bruta ficou em R$ 2.000,00, o a margem líquida é de 15%. Segue a fórmula:

Margem Líquida = (Lucro Líquido / Receita Bruta) x 100

Margem Líquida = (300,00 / 2.000,00) x 100%;

Margem Líquida = 15%

Custos Fixos e Custos Variáveis

Para determinar quais são os custos fixos e os variáveis não há uma formula, porém, o analista deverá saber como categorizar cada um desses custos. 

Por exemplo: o custo do aluguel ou dos salários pagos aos funcionários, como não variam tanto de mês para mês, sendo praticamente fixos, podem ser categorizados como custos fixos. 

Já os valores de matéria prima, consumo, luz, água, dentre outros similares, podem ser colocados como custos variáveis.

Margem de Contribuição

Calcular a margem de contribuição vai ajudar o analista a compreender quanto por cento das vendas é necessário para cobrir as despesas e custos variáveis. Portanto antes de aplicar a fórmula da margem de contribuição, o analista precisa descobrir quais são os valores de despesas e custos variáveis.  

Por exemplo: vamos supor que a empresa tenha uma receita bruta de R$ 1.000,00 e os custos variáveis de R$ 500,00 e despesas variáveis de R$ 200,00. Aplicando a fórmula, temos:

Margem de Contribuição = Preço de Venda – (Custo Variável + Despesa Variável )x  10%

Margem de Contribuição = 1.000 – (500 + 200)x10%;

Margem de Contribuição = 30%.

Ponto de Equilíbrio

Um dos indicadores financeiros mais importantes para se verificar em uma empresa é o ponto de equilíbrio. É por meio do ponto de equilíbrio que o analista vai conseguir identificar quanto de receita é necessário para cobrir os custos e despesas.

Observando a margem de contribuição, a ideia é similar, porém, dentro do cálculo do ponto de equilíbrio é adicionado às despesas fixas.  No exemplo a seguir, vamos utilizar o resultado obtido com a margem de contribuição e adicionar uma despesa fixa de R$ 100,00, segue:

Ponto de Equilíbrio = Despesas Fixas / Margem de contribuição

Ponto de Equilíbrio = 100 / 30%;

Ponto de Equilíbrio = 333,33

Assim, será necessário vender R$333,33 do produto ou serviço para conseguir gerar resultado suficiente para cobrir as despesas e custos.

Liquidez Corrente

O indicador de liquidez corrente vai mostrar ao analista quantos reais a empresa tem para pagar suas obrigações de curto prazo. Por exemplo: se no ativo circulante existe R$ 1.000,00 e no passivo circulante há R$ 800,00, a liquidez corrente fica em 1,25, segue fórmula:

Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante

Liquidez Corrente = 1000/800;

Liquidez Corrente = 1,25

Ou seja, para cada R$ 1,00 de obrigações, a empresa possui R$ 1,25 no ativo circulante para pagar.

Índice de Cobertura de Juros

Se o analista pretende descobrir qual é a influência que os juros têm sobre o fluxo de caixa da empresa, basta fazer o cálculo para descobrir o índice de cobertura de juros.

Vale destacar que nesta fórmula, o EBITDA faz parte, portanto vamos considerar o valor do EBITDA do exemplo anterior. Neste caso o valor é de R$ 500,00 Além do EBITDA, o analista também terá que utilizar os valores de juros, sendo que neste caso, vamos utilizar o valor de R$ 1.000,00. A fórmula para encontrar o índice de cobertura de juros é o seguinte:

Índice de Cobertura de Juros = (LAJIR ou EBITDA) / (Despesas Com Juros durante o Ano)

Índice de Cobertura de Juros = 500/1000

Índice de Cobertura de Juros = 50%

Portanto, o resultado da empresa consegue cobrir 50% do valor total de juros.

ROI – Retorno Sobre Investimentos

Para descobrir o retorno sobre investimento, o analista deverá levantar o valor do resultado da companhia menos os dividendos, além do valor do valor investido na empresa, que pode ser encontrado no capital social integralizado. 

Suponhamos que o resultado da empresa menos os dividendos totaliza R$ 1.000,00, e o valor integralizado é de R$ 5.000,00. Segue a fórmula:

ROIC = NOPAT / Valor Contábil do Capital Investido

ROIC = 1000/5000;

ROIC = 20%.

Assim, os R$ 5.000,00 integralizados na empresa geraram 20% de resultado, ou R$ 1.000,00.

Ticket Médio

Um importante indicador para avaliar o faturamento da empresa e como os consumidores interagem com sua empresa é o ticket médio. Por meio do ticket médio, o analista vai conhecer qual é o valor médio gasto por seus clientes. Portanto, vamos supor que o faturamento total da empresa é de R$ 5.000,00 e a quantidade de venda do período foi de 1.000. Segue a fórmula:

Ticket Médio = Faturamento Total / Número de Vendas

Ticket Médio = 5.000/1.000

Ticket Médio = 5

Portanto, cada cliente gasta aproximadamente R$ 5,00 na empresa.

Outros indicadores de desempenho relevantes para a Gestão Orçamentária

Além dos números referentes à operação da empresa, existem outros indicadores financeiros que mostram como a companhia está situada no mercado. Um desses indicadores é o Market Share. Por meio do Market Share, o analista saberá qual é o grau de participação da empresa no segmento de atuação.

Por exemplo: se o faturamento total do setor no mercado é de R$ 100.000,00 e sua empresa tem um faturamento de R$ 15.000,00, isso significa que a empresa possui um Market Share de 15%.  

Outro indicador de cálculo um pouco mais complexo é o grau de satisfação dos clientes, também conhecido como NPS (Net Promoter Score). Para conseguir visualizar este índice, a empresa precisa fazer uma pesquisa junto aos seus clientes, abordando se os clientes estão satisfeitos e se eles recomendariam a empresa para outras pessoas.

Como falamos anteriormente, é importante ressaltar que existem indicadores de desempenho muito relevantes dependendo do seu modelo de negócio, os indicadores que escolhemos abordar neste post são gerais e aplicáveis para qualquer empresa, em qualquer segmento.

KPIs para SaaS

Por exemplo, quando analisando negócios SaaS (Software-as-a-Service), calcular o ticket médio através da compra inicial do cliente apenas conta metade da história do negócio, já que este modelo de negócio se baseia em assinaturas. É importante acompanhar outras métricas para identificar oportunidades, ameaças e problemas ao longo termo, já que o retorno dos investimentos depende de receita ao longo termo. Exemplos são:

·        Taxa de Rotatividade de Clientes (Customer Churn)

·        Valor da Vida Útil do Cliente (LTV)

·        Custo de Aquisição do Cliente (CAC)

·        Meses para Recuperar CAC

Indicadores de Endividamento e Importância para a Saúde Financeira do seu Negócio

Muitas empresas trabalham com capital de terceiros. Os empréstimos e financiamentos surgem como opção para a empresa alavancar suas operações e conseguir aumentar o faturamento. 

Considerando que o endividamento é algo natural na vida de qualquer empresa, conhecer o nível de endividamento e até que ponto a empresa está com o seu caixa comprometido, é fundamental nas análises determinar o grau de saúde da empresa e avaliar o risco das ações que mais convém para amplificar a performance e crescimento do negócio.

Entramos em mais detalhes sobre estes indicadores em nosso artigo sobre os 10 principais indicadores de endividamento e alavancagem financeira.

Como usar a tecnologia para agilizar suas análises

Para fazer estas análises, podemos utilizar inúmeros indicadores de desempenho, cada um com uma fórmula própria. Portanto, para desenvolver todo um estudo sobre os relatórios contábeis, com o Balanço e DRE, o gestor terá que fazer diversos cálculos manualmente, importando informações de diversas fontes e múltiplas planilhas do Excel. 

Observando a complexidade de realizar todo esse trabalho, hoje já existem plataformas que conseguem integrar os relatórios contábeis e desenvolver os cálculos dos indicadores, mostrando os resultados de forma simples e direta, com precisão e velocidade.

Ao utilizar uma solução de FP&A, o gestor pode conectar o sistema diretamente em seu ERP, importar seus dados de forma precisa e segura, e ter todos os indicadores financeiros mostrados neste post, calculados imediatamente com poucos cliques.

Além de oferecer mais velocidade no processo de planejamento e análise, a utilização destes sistemas de planejamento financeiro também garante uma maior precisão nos dados, já que os dados financeiros da empresa são centralizados e importados diretamente, eliminando a chance de erros devido à importação manual de dados, ou a possibilidade de utilização de dados desatualizados devido à planilhas antigas.

Empresas como a LeverPro oferecem soluções robustas de automação contábil, financeira e orçamentária, para otimizar a tomada de decisões e análise do seu negócio.

Fontes e Referências

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